Aproximavam-se as férias do meio do
ano e Sony já se enchia de desejos e esperanças . Férias significavam novas
pessoas, estórias novas, uma fase em que tudo se renova. Começou mudando o corte e a cor do cabelo.
Depois foi ao shopping e fez várias compras, entre elas um biquíni que acabara
de ser lançado , roupas para o verão.
Sentia-se aliviada por ter passado
nos últimos exames sem maiores preocupações e seu objetivo agora era descolar
uma grana legal aproveitando e curtindo as férias. Ligou para um amigo que mora em uma praia
afastada e combinou para passar os dois messes de folga por lá.
Acordou cedo na sexta-feira em que
viajaria, aliás nem dormiu por tanta ansiedade.
Tomou um banho demorado, preparou um café reforçado e colocou as malas
no carro. Seus planos eram de gritar
bastante , mas também trabalhar. Havia
combinado que ajudaria um amigo de Ricca com sua loja de artesanato. Passaria
seis horas do dia na loja, pois assim, mesmo que gastasse dinheiro se
divertindo, se divertiria ganhado.
Viajou durante três horas até que pudesse enxergar os primeiros sinais
do reduto desejado. Casebres se
espalhavam pela beira da estrada de forma desordenada. Crianças corriam pela
areia descalças e descuidadas. Ela já
conseguia sentir o cheiro da natureza
entrar pela janela. Adiantou-se um pouco e depois de subir uma ladeira,
ficou visível toda a beleza do mar. Após
algumas curvas, Sony finalmente chegou à casa de Ricca que a esperava
ansioso. Junto a ele se encontrava
Hermano, o amigo que seria seu companheiro de trabalho. Ambos ajudaram - na a guardar
a bagagem , claro que depois das apresentações.
Sony havia imaginado que Hermano
fosse alguém mais atraente, mas decepcionou-se . Ele era
um tipo baixinho, magro e com início de calvície, porém um tanto
simpático. Sabia como conquistar a amizade de alguém. Mostrava-se uma pessoa inteligente, coisa
difícil de se encontrar hoje em dia, tinha atenções solidárias com a população
local. Sony começou a admirá-lo desde o primeiro momento em que o viu.
Admiração simples, assim pensava ela. Achava que seria difícil surgir algo mais
que isso. Mas difícil não é impossível.
Ricca serviu de guia turístico para
ambos que foram conhecer as belezas naturais mais comentadas de Piançar, que
por sinal não eram poucas. Começaram pelo lado sul da praia. Caminhar pelas areias de Piançar era um
passatempo saudável. Fazia bem ao físico
e à mente, pois cada nova imagem era como um presente divino. Foi possível
desfrutar de piscinas naturais com direito a pequenos cardumes coloridos. Subiram falésias, onde viajaram a observar a
linha do horizonte. Se depararam com vários coqueirais e isso lhes deu uma
idéia: estavam com muita sede e
resolveram se aventurar subindo nos coqueiros. Hermano subiu como moleque,
apesar de estar perto dos trinta anos, parecia não passar dos dez e isso fazia
com que surgisse um brilho que poucos adultos têm. Pegou coco de sobra e
desfrutaram bebendo e tomando banho com a água de coco. Após matarem a sede e o calor, foram dar um
mergulho e voltar à civilização. Já se
aproximava a hora do pôr-do-sol, momento sagrado para todos os nativos e
visitantes daquela praia. Tinham
combinado ir assisti-lo em um local conhecido como duna dos deuses. Ricca
precisou ir à comunidade vizinha e apenas o casal se direcionou ao local
sagrado. Várias pessoas já estavam por
lá e juntaram-se a elas. Era uma visão
magnífica, toda aquela mistura de cores, tonalidades impossíveis de serem
copiadas. Enquanto o sol sumia, Sony
lembrava de acontecimentos marcantes em sua vida e comparava-os com o dia. Todo raiar do sol é sinônimo de novas
esperanças e quando chega a hora do sol se pôr , deve-se haver uma evolução ,
pois se não existir, aquele dia foi em vão. Assim ela observava Hermano como um
novo sol. Alguém que pudesse fazer
surgir novos conhecimentos em sua mente.
Pudesse lhe passar aprendizado e sem deixar de imaginar uma relação que
tivesse como centro a amizade mutua. Pois durante as férias seriam colegas de
trabalho. Comentou com ele esse ponto de
vista em relação ai pôr-do-sol e ele, coincidentemente pensava parecido.
Voltaram após um mergulho próximo Às
várias rochas do local. Mais uma vez a
imaginação fluiu e brincaram com um rochedo que parecia um trono, passando
assim a chamá-lo de ^o trono^. Ricca não voltara, mas jantaram e cada qual
foi para o seu quarto tirar um cochilo, pois na noite de sexta-feira as boates funcionam com gosto
de gás e todo mundo da localidade sai para prestigiar . Pretendiam levantar mais tarde e conhecer
mais uma da badalações de Piançar.
Aproximadamente às 23h , Ricca
acordou-os para poderem comprovar de
perto toda a energia e sucesso da noite.
Sony que adorava danar, não se controlava com tanta ansiedade e foi a
primeira a se vestir. Não adiantou muito, pois teve que esperar pelos caprichos
masculinos. Quando conseguiram sair já
estava perto de 1h da madrugada, mas era a hora exata para se sair da
toca. Os brotinhos começavam a sair dos
esconderijos.
Hermano se vestiu de uma forma simples,
mas sua imagem j[a havia se tornado um brilho para os olhos de Sony. Toda
aquela simpatia , a sua forma de conversar, enfim, sua Inteligência, havia
chamado a atenção dos seus sentidos.
Naquela noite ela parou vários momentos observando o a Dan;ar e
imaginava como seria fazer amor com alguém realmente esperto... pura loucura de
sua cabe;’a.
Hermano só prestava atenção às
meninas dependentes e desconhecidas. Até
que começou a dançar com uma garota que mais parecia uma bonequinha de tão
frágil que se mostrava. Sony caiu na real e foi curtir a noite
dançando também.
Dançaram e beberam durante toda a
madrugada . O desgaste físico
chegou quando já se aproximava o nascer
do sol, portanto o próximo passo seria curtir os primeiros raios solares . Ricca logo cedo sumiu com uma garota e quando
Sony se sentiu cansada apelou para a atenção de Hermano, que afinal só dançou e
bebeu. Para a felicidade dela, que já
sentia-se confusa, ele não ficou com ninguém.
Ambos foram para o “ point” da pousada, apreciar o começo de mais um dia,
mais esperanças de mudanças. Depois
foram dormir um pouco, mas logo acordaram , pois teriam que começar no batente.
Sony tomou um longo banho e foi
abrir a lojinha em que trabalhariam.
Hermano chegou depois e bem humorado.
Ela adora bom humor, outra coisa rara de se encontrar nas pessoas ao
acordarem. Ele não era normal.
Os dias passavam e ela o olhava cada
vez mais abobalhada. Achando que não
fosse nada demais e que estivesse apenas
admirada com a facilidade com que ele lidava com os problemas, como enfrentava
as dificuldades que surgiam na loja. Os
momentos que conversavam eram mágicos , mas por ser gostoso conversar com
Hermano, Sony tinha a sensação de que uma hora tornava-se um segundo , de ta
rápido que passava.
As férias estavam se tornando melhores
do que o esperado. Durante o dia ela
trabalhava na loja de artesanato com Hermano.
Às vezes o Ricca dava uma ajuda. Quando a madrugada começava já estavam todos
prontos e cheios de gás para a boate.
Era de praxe passarem a noite dançando e depois ver o nascer do sol.
Os dias passavam com a mesma
freqüência e rotina.. boate, nascer do sol, dormir, trabalhar , pôr-do-sol,
dormir e dançar , balada!! Com o passar do tempo, Hermano começou a dedicar
mais atenção para Sony. Quando estavam
na boate ele sempre dançava com ela. Se
estavam na loja, muitas vezes a conversa tomava um sentido duplo e isso a
deixava cada vez mais interessada.
Viajava em sua imaginação. Ela o
enxergava como o mais inteligente de todos.
Tão inteligente que não sentiria
dificuldade em deixá-la como ela queria, se chegasse a ter a chance. Em
alguns momentos que se encontravam na loja e precisavam dividir o pequeno
espaço por trás do balcão, Sony sentia a
aproximação de seus corpos provocar uma pequena sensação de prazer. Tudo que ela mais queria era que ele tivesse
os mesmos desejos que os seus, mas tornava-se difícil decifrar seu modo de
pensar.
Já havia se passado quase os dois
meses de férias e já se aproximava o final daquele sonho no paraíso, quando num
determinado dia estavam a ver o pôr-do-sol e Hermano começou a falar de sua
vida pessoal. Aquela convivência direta com Sony lhe deixou á vontade para se
abrir, mas para o desapontamento dela, ele lhe confessou que estava de casamento marcado. Contou-lhe que se sentia abalado com a
presença dela, até que não precisou falar mais nada e o silêncio falou pelos
dois. Seus olhos a olharam com desejo e
ela que sonhara tanto com aquele momento, agora era a hora de realizar.
Beijaram-se sofregamente. Um beijo tão esperado por ambos que toda
aquela beleza do mar, do sol, da natureza, pareceu sumir. Hermano mostrou-se o que ela queria e um
pouco mais. Soube explorar cada pedaço
do seu corpo que clamava pelo dele.
Aquela lua que invadiu seus sonhos por tantas noites sem ser chamada,
enfim estava reinando em seu céu e mesmo sabendo que ela sumiria antes da madrugada, Sony
apreciou e saciou aquele desejo que lhe consumia. Pelo menos por aquele
instante ele seria seu. Ela aproveitou a
circunstância que lhes colocou um nos braços
do outro e deslizou suas mãos pelo seu bumbum macio, empurrando-o de uma
forma que parecia forçar-lhe a nunca masi desgrudar seu corpo do dela. Hermano
gemia em seu ouvido palavras que ela sempre quis ouvir e nunca teve a
chance. Quando sua boca não estava
sussurrando em sua orelha, ocupava-se por mordiscar seus mamilos e sugá-los
buscando um auge de prazer. Suas
respirações se confundiam com o barulho das ondas e do vento que naquele
horário parecia estar mais forte.
Todo o deserto que tomava conta da praia naquele trecho só
ajudou para que eles fizessem amor sem interrupções que não fossem
naturais. A naturalidade tomou conta de
tudo, e seus corpos entraram em sintonia com as primeiras estrelas que surgiam
no céu, dando-lhes de presente segundos onde puderam voar de prazer, Subir às
estrelas.
O mais gostoso foi contra com a
presença spiritual depois da carnal.
Sony e Hermano mantiveram-se abraçados durante muito tempo
conversando. Ela tinha a certeza de que
passaria momentos difíceis depois daquela
noite, mas já havia sido difícil suportar a presença dele por muito tempo sem
tÊ-lo. O depois seria depois. Caminharam até o rochedo onde nomearam como
^o trono^e mais uma vez deliciaram-se um com o outro. Hermano sentou-se como rei., tendo logicamente
Sony como sua rainha. Apoiando-se nas
extremidades da rocha ela sentou-se em cima dele visualizando a alua que já
estava no cé. Ele abraçou-lhe . Ela não sabia mais diferenciar o sabor que a
sua lingual sentia ao deslizar-se pelo
peito dele. Não distinguia se estava
salgado pelo sour ou pela água do mar, onde deitaram-se tanto.
Voltaram prara a casa e Ricca estava
tirando um cochilo. Tomaram um banho e também foram dormer para
mais tarde itrem à boate.
A madrugada começava quando foram
dançar. Dessa vez Sony sentia-se a mais
Linda de todas as criaturas. Abraçava
tanto Herrmano , como se o outro dia não fosse existir. Beberam de tudo um pouco e pore star no final
das f[erias a boate estava mais cheia do que o normal. Arranjaram uma forma de ir para o cato escuro
e levados pelo desejo começaram a se pegar novamente.
Hermano havia colocado uma Bermuda
meio folgada a qual abriu-se facilmente com a agilidade dos dedos de Sony que
passearam por dentro da sua cueca em emio a fumaça , escuridão e pessoas.
Ele por sua vez baixou as alças do top que ela vestia e acariciava-lhe
os seios que se houvesse ilumina;’ao estariam à mostra. Epurraram-se para a parede próxima ao banheiro e começaram a fazer uma espécie de
gangorra. Quando ele subia, ela descia e
vice-versa . Com tantos mexidos e
pressõees não conteram-se de excitação e Hermano a penetrou ali mesmo. Levou-a para o banheiro e alcan;aram a pia de mármore. Lá colocou-a. Suas mãos agarraram suas
nádegasccomo se fosse garras. Ele
prolongou o mais que pôde aquele que seria – o momento- . Quanto mais ela o
tinha, mais queria… até que tomaram sentido da realidade. Vestiram-se e voltaram para o bar. Carregavam uma cumplicidade do segredo
ocorrido. Antes, porém Sony
confessou-lhe uma fissure que ela tinha pela chuva e um sonho que havia tido
com ele, no qual faziam amor tão selvagemente quanto a tempestade que caía em
seus corpos na praia. Hermano
prometu-lhe que na primeira chuva que caísse faria de tudo para pegá-la onde
ela estivesse a fim de realizar aquela fantasia.
Como era de costume, depois da boate
foram ver o nascer do sol e deposis Sony foi tirar o ccohilo matinal. Hermano
precisava ir ao vilarejo vizinho pegar um material pa ra a loja e apenas tomou
um banho. Beijou a face dquela criatura
que dormia como um anjo e não viu quando ele saiu. Dentro de três dias as ferias terminariam e
ele já não sabia como iria deixá-lade amante passaria a tê-la como amiga.
Enquanto dirigia ficava imaginando como
seria olhar para sua noiva sempre comportadinha e lembrar-se dos momentos
loucos que tivera com Sony. Principlamente
o da boate. Fazer amore m público
havia sido mais gostosos do que ele imaginava.
E assim ele continuou na Estrada.
Dirigindo com um sorriso esquisito nos lábios.
Sony acordou por volta do meio dia.
As lágrimas escorriam pelo seu rosto incontrolavelmente. Ela havia sonhado que Hermano casara-se com a
sua noiva e no casamento dissera-lhe coisas horríveis. Na verdade, somente agora ela parava para
imaginar o casamento dele. Seria
desastroso ter que suportar isso depois de tanta coisa gostosa que haviam
passado. Interveio um pensamento maluco
em sua menteÇ preferia vê-lo morto a ter que encará-lo casado, impedindo-lhe que ficasse coladinha a
ele. Bobagem. Tomou banho e foi trabalhar
, aguardando a sua volta com o material.
O dia mostrava-se meio nublado e ela se animou ao imaginar a realização
de seu sonho.
Chegou a hora do pôr-do-sol , mas
não foi possível observá-lo devido a garoa que começou a cair. Passou também todo o dia e Hermano não voltou
com o material. Desesperada ela foi
juntamente com Ricca até a localidade vizinha e ao chegarem lá, acabram por
descobrir o acidente ocorrido a etrada pouco depois de sua saída. Sony não conteve-se e desmaiou deixando para
Ricca toda a responsabilidade de reconhecimento e transporte do corpo, bem como
entrar em contato com a fam~ilia.
Em seu enterro Sony chorava
discretamente a fim de não levanter suspeitas para a noiva dele. Mesmo que quisesse chorar como queria, suas
lágrimas se confundiriam com a chuva qye teimava em rolar. Sentia-se trsite por tê-lo perdido
fisicamente. Não conseguia se sentir bem
com a sua consciência a over aquela garota chorar por alguém que levou como
últimas lembranças momentos de infidelidade.
Recordando os acontecimentos ela
deu-se conta de que continuava viva e deixava viver também a saudade dos
momentos que teve com ele.
Principalmente o da boate.
Dificilmente esqueceria aquele 16 de outubro, pois fazer amore m público
havia sido mais gostosos do que ela imaginava.
De certa forma, para Hermano havia
sido fatal.